Seu rosto resseca quando exposto ao frio ou ao calor? Reage com ardência, vermelhidão ou coça após a aplicação de certos cosméticos ou de produtos de maquiagem? Se sua resposta é afirmativa, sua pele pode ser sensível. O que exige maior atenção para mantê-la bem protegida.
A pele sensível normalmente reage de forma exacerbada a diferentes estímulos, resultando em ardência, vermelhidão, ressecamento e descamação.
A razão dessa sensibilidade é uma alteração na barreira de proteção cutânea, o que deixa a pele fina tornando-a mais vulnerável e reativa a determinadas substancias irritantes comuns como:
– Sabonetes alcalinos
– Produtos abrasivos (esfoliantes ou ácidos)
– Produtos que contenham álcool
– Maquiagens
– Frio ou calor intenso
– Estresse
Só um especialista pode atestar se a pele é sensível. É comum as pessoas acreditarem que tem a pele sensível quando, na verdade, ela pode ser seca ou alérgica, podendo estar sensível ou não. A pele tida como seca é caracterizada por uma maior perda de água através da barreira epidérmica, deixando-a desidratada, com eventual descamação aparente e aspecto apergaminhado. Já a pele alérgica denota a presença de uma condição imunológica que, a partir da presença do fator alergênico, desencadeia um processo que resulta em lesões cutâneas, normalmente eczematosas (vermelhas e ásperas).
A pele oleosa também pode ser sensível
Reações inesperadas e muitas vezes exageradas são características desse tipo de pele, mas podem ser contornadas com alguns cuidados, como explica a Dra. Renata Brito: “Embora normalmente tenha secreções sebácea e sudorípara excessivas, o que em geral, a protege de fatores externos, ela pode se tornar intolerante devido a outros mecanismos de alteração da barreira epidérmica”.
Segundo a dermatologista Juliana Neiva, apenas 20% dos pacientes realmente apresentam essa condição. “Esse estado da pele, mais frequente em mulheres a partir dos 30 anos e em peles claras, pode ser transitório, associado ao uso de alguns medicamentos, como a isotretinoína, ou a doença de pele, como rosácea e dermatite seborreica. A hereditariedade também pode influir, assim como envelhecimento provocado pela exposição ao sol”, esclarece.
Vermelhidão e ardência são dois sintomas
Diversos fatores podem desencadear os sintomas, sendo os mais frequentes substancias irritantes comuns como sabonetes alcalinos, produtos abrasivos (esfoliantes ou ácidos), corantes, fragrâncias e produtos que contenham álcool. “Fatores externos como frio e calor excessivos também são capazes de intensificar os sintomas. Além disso, algumas mediações orais e condições hormonais podem agravar a pele sensível “, declara a dermatologista Renata Brito. Além do incômodo e do aspecto inestético – como vermelhidão e ardência – a pele se torna muito vulnerável a doenças infecciosas, já que a barreira cutânea é fundamental para sua saúde. “ Se os sintomas não forem tratados e as lesões se intensificarem, eles podem simular quadros com a mesma intensidade de outras afecções dermatológicas, como dermatite atípica ou rosácea, embora não evoluam para essas doenças. Nesses casos, a anamnese é fundamental para identificar o histórico do paciente e possíveis exposições a fatores exacerbados “, conclui.
Assim que a pele dá os primeiros sinais de irritação em decorrência do contato com algum produto dermatológico, a primeira providencia é suspender seu uso. No tratamento, são indicadas substancias calmantes como águas termais, cremes com corticoides ou, por um breve período e sempre com o acompanhamento de um especialista, ativos com propriedades anti-inflamatórias. Para a limpeza da pele podem ser utilizadas loções e leites de limpeza ou sabonetes em espuma.
A dermatologista Juliana Neiva adverte que é preciso evitar produtos adstringentes, loções alcoólicas e ácido retinóico em altas concentrações, assim como o contato com água quente. Em pele sensível após cirurgia, recomenda-se a suspensão de produtos que contenham ácido, além da manutenção da aplicação de um hidratante e filtro solar, por até seis meses após a intervenção, conforme o local e o procedimento.
Os cuidados de rotina são os melhores recomendados para qualquer tipo de pele: mantê-la sempre protegida do sol e hidratada para reforçar sua barreira protetora. “É comum achar que a pele oleosa não precisa ser hidratada, mas ela também pode ressecar e necessitar de hidratação, porém com veículos menos cremosos”, esclarece a dermatologista Renata Brito. A especialista recomenda o uso de filtros físicos, que diminuem o risco de irritação por não penetrarem na pele.
Ter pele sensível não impede a realização de tratamentos rejuvenescedores, desde que sejam conduzidos adequadamente, uma vez que são necessárias medidas especificas nesses casos. Procedimentos como peelings, que acarretam eritema proporcional à sua potência, podem ser realizados desde que a pele esteja bem preparada. Contudo, outros recursos, como led’s e lasers, que não esfoliam e atuam no rejuvenescimento, são mais indicados.
O ideal é escolher um especialista capaz de realizar um diagnóstico correto e de indicar condutas, técnicas, produtos e cuidados especiais e mais adequados para a pele sensível.
REFERÊNCIA:
REVISTA LES NOUVELLES ESTHÉTIQUES; ANO XXIV; Nº133